segunda-feira, 31 de março de 2014

54.

A farsa do hospital
Capangas mais capangas, numa noite
                                       de sexta-feira,
gajas com seringas, onde minha mãe e irmã,
capangas mais dois mil e quarenta e cinco
                        seguranças, choraram,
gajas com seringas, por me terem chibado,
Capangas mais outros seguranças, pais covardes,
gajas com seringas falsas, que pediam socorro.
Bigodaços ruivos de aparência cavaquistona
                                         mais comandos,
irmãos semelhantes a pinheiros com muletas
                                         e doenças,
vizinhos da meta la donna que dizem: inteligente,
gajas com seringas mais cedo ou mais tarde
                             mais dois estagiários,
toda a gente pagará.
Capangas e mais capangas e gajas em fila
                           indiana com seringas falsas
em fila indiana com capangas e seguranças.
Veredicto, ultimato de um de bata verde:
- vais a bem ou a mal?
Fazem o teste do comprimido.
Não o tomo.
Diagnóstico: delírio ou paranóia.
Solução: internamento compulsivo.

Penso numa frase de Coil:
'one day our eggs are going to dance
and very strange birds will appear'
e macacos
e abelhas
e moscas na manteiga...
eu aqui escrevo porque hoje não durmo,
como não posso ter acesso ao telemóvel,
imagino que alguém me ligou:
'either G called or prima V. called,
by default Suzy V called
I know I am a dreamer mas
hoje à noite não durmo.'

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