sexta-feira, 28 de março de 2014

52.

Olá prima V.,
como deves saber estou dentro
pela quarta vez
Gostava que me viesses ver.
Há dias caí da cama.
Não me recordo bem
contaram enquanto fumávamos.
Tu tratas-me por você,
a tua novela deve ser brasileira,
deves parecer a sónia braga
à procura da caderneta de um senhor.
Andam por aí muitos doppelgangers,
todas querem que eu lhe ponha a mão
na conita
mas só se puderem mandar
e por breves instantes.
Algumas até gretadas dizem:
mata-me mata-me de amor
mas só por breves instantes
aquelas que me rodeiam vêem o goucha
e sofrem de ejaculação feminina e precoce
como se eu estivesse virado para ser
o menino debaixo da saia da socialite
ou devem pensar que sou o santa claus
ou até jesus?!
nem eu na minha psicose associo jesus.
Gostaria que me viesses ver
pois aqui é tudo igual
sabias que a bófia chegou
com um papel cheio de razão
mas com o meu nome mal escrito
logo mandei-os dar uma volta
no fundo da rua quem os chamara
pôs-se a andar de mansinho
também eles se vão embora
as pessoas agora andam cheias de medo
antes só quiseram saber quando
e qual o meu ponto de explosão.
É possível que permaneça aqui por muito tempo
continuam a mentir, andam na boa
e depois o senhor rufino pensa que os americanos
andam atrás dele
vai muito mal a saúde deste país
parece que as ilusão caíram,
era o que restava a este país
eu - sentado numa retrete limpa
e sem cagar porque já não tenho vontade -
estou só a disfarçar
e a escrever este desabafo.
o mundo será demasiado pequeno
o bilhete será só de ida,
a estiva de vladivostok
os hashishin encarcerados jogam dominó
espero que não tenhas dor de cabeça
elas querem ir a marte
de vassoura
enterrada no buraco negro
magma incandescente e ar cheio de smog
porque não sou santo
a culpa também é minha
mas neste momento
não sinto qualquer ligação à minha família
nem ao mundo.
que sa foda

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