Olá prima V.,
como deves saber estou dentro
pela quarta vez
Gostava que me viesses ver.
Há dias caí da cama.
Não me recordo bem
contaram enquanto fumávamos.
Tu tratas-me por você,
a tua novela deve ser brasileira,
deves parecer a sónia braga
à procura da caderneta de um senhor.
Andam por aí muitos doppelgangers,
todas querem que eu lhe ponha a mão
na conita
mas só se puderem mandar
e por breves instantes.
Algumas até gretadas dizem:
mata-me mata-me de amor
mas só por breves instantes
aquelas que me rodeiam vêem o goucha
e sofrem de ejaculação feminina e precoce
como se eu estivesse virado para ser
o menino debaixo da saia da socialite
ou devem pensar que sou o santa claus
ou até jesus?!
nem eu na minha psicose associo jesus.
Gostaria que me viesses ver
pois aqui é tudo igual
sabias que a bófia chegou
com um papel cheio de razão
mas com o meu nome mal escrito
logo mandei-os dar uma volta
no fundo da rua quem os chamara
pôs-se a andar de mansinho
também eles se vão embora
as pessoas agora andam cheias de medo
antes só quiseram saber quando
e qual o meu ponto de explosão.
É possível que permaneça aqui por muito tempo
continuam a mentir, andam na boa
e depois o senhor rufino pensa que os americanos
andam atrás dele
vai muito mal a saúde deste país
parece que as ilusão caíram,
era o que restava a este país
eu - sentado numa retrete limpa
e sem cagar porque já não tenho vontade -
estou só a disfarçar
e a escrever este desabafo.
o mundo será demasiado pequeno
o bilhete será só de ida,
a estiva de vladivostok
os hashishin encarcerados jogam dominó
espero que não tenhas dor de cabeça
elas querem ir a marte
de vassoura
enterrada no buraco negro
magma incandescente e ar cheio de smog
porque não sou santo
a culpa também é minha
mas neste momento
não sinto qualquer ligação à minha família
nem ao mundo.
que sa foda
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