Esta noite estou zangado.
Não compreendo a incompreensão
alheia.
Culpo-me por isso.
Tento explicar ao outro que
vejo no espelho quando fumo:
Talvez compadre...
não gostes de ninguém.
Talvez sejas rancoroso, misantropo,
com uma ideia muito grande
de ti próprio,
e claro compadre...
perdes o fio à conversa
several times,
acabas por lhes dar razão
e compadre, esses compadres
tornam-se sádicos porque
tu os deixas compadre...
(mas logo explico ao eu que fuma)
cumpadri,
o meu conhecimento é intuitivo,
dedutivo,
como a nossa dialéctica, vês?,
a arrogância torna-se humildade,
planos se fazem, rupturas se anunciam.
Digo: não quero ninguém.
E depois digo e sofro por ninguém me
querer.
(A mão que não fuma
bate na própria orelha)
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