domingo, 20 de abril de 2014

74.

Fumo um sufi. Ouço Copacabala.
Vim de terras estranhas há duas horas.
Tinha fome. Em dois cafés diferentes tomei
dois cafés, um panike e um lanche aquecido.
Vim embora de terras que
hão-de ser sempre estranhas.
Já mudei de vida infindáveis vidas e
agora chego à conclusão:
é melhor trabalhar do que aturar pessoas
rabugentas. Hoje faz anos a república.
Há quem se case por obrigação,
outros por liberdade.
Há quem viva torturado por erros de liberdade.
Sei de quem falo.

Hoje chateei-me com ela.
Fui tentar confortá-la, dar-lhe ânimo mas...
esqueci-me de comprar almôndegas!?
Ela ficara em casa não tendo ido trabalhar
por causa da gripe.
Virou-se contra mim.
O pretexto foram as almôndegas.
Disse que não podia contar comigo.
Textualmente disse:
a merda é  mesma, ter ou não um namorado.
Disse que havia uma conspiração contra ela.
É mais um caso em que uma hospitalização
muda as pessoas à força e as torna
estúpidas e doentes mentais.
Comigo aconteceu o mesmo e agora
vejo e não quero acreditar
na realidade:
ela engordou e parece um elefante,
além disso o seu volume de voz
provoca-me alucinações auditivas.
Ter-me-ei tornado merda
que só merda atrai?
Terei eu nunca deixado de ser merda?

Sem comentários:

Enviar um comentário