terça-feira, 1 de abril de 2014

57.

Eu Vi, apertei a mão
eu cumprimentei um serafini
eu acarinhei V., são de Vallis,
o serafini cego usava bengala
ontem de manhã comprou-me tabaco
ainda hoje me espanto...
hoje à porta da ala psiquiátrica
hoje cá fora como mano e mana sideral.
Transcrevo mensagem da rainha do hospital
deixado no quadro de honra:

'nem mesmo posso refugiar em casa
de ninguém sempre acontece alguma
coisa, nem sempre pessoas estão
para levar comigo.
Só sei que não consigo dormir
não quero que vocês se prejudiquem por mim
causa de mim
se pudesse voltava aí para dentro
sinto bem à vossa beira
de vocês todos incluído contigo.'

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